quinta-feira, 11 de setembro de 2014
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Novo lançamento da Editora gente, com os autores Renato Meirelles e Celso Athaíde.

Trata-se de uma radiografia das Favelas Brasileiras e reúne números reveladores sobre esse território, muitas vezes estigmatizado pelo senso comum. Da pesquisa surge este livro, que mostra que é difícil entender o Brasil sem entender as favelas, unindo o rigor cientifico das pesquisas de opinião com o conhecimento prático dos moradores de favela.

Fonte: Editora Gente

terça-feira, 16 de novembro de 2010
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Oficialmente, a pioneira foi a do morro da Providência, surgida em 1897 no centro do Rio de Janeiro. Mas, recentemente, novos estudos sugerem que já havia gente morando em barracos na cidade antes disso. Vamos aos fatos: a ocupação no morro da Providência começou quando cerca de 10 mil soldados que haviam participado da Guerra de Canudos, no sertão da Bahia, desembarcaram na antiga capital do país. Na bagagem, uma reivindicação: eles queriam que o governo desse casas para os veteranos do conflito. Sem grana para criar os tais alojamentos, o governo teria permitido a construção de vários barracos de madeira no morro da Providência, que ficava atrás de um quartel. Essa é a versão mais conhecida. Mas algumas pesquisas indicam que a primeira favela foi outro aglomerado de casas precárias, surgido ainda no ano de 1897, só que alguns meses antes da Providência. O local da favela pioneira seria o morro de Santo Antônio, também no centro. Estudos com documentação da época revelam que, no começo de 1897, já existiriam 41 barracos no local. Fica difícil comprovar essa história porque o morro de Santo Antônio foi destruído para a construção do aterro do Flamengo, nas décadas de 1950 e 1960. A favela da Providência, por outro lado, existe até hoje. Se o pioneirismo é discutível, restam poucas dúvidas sobre a origem do nome "favela". Tudo indica que os primeiros moradores da Providência chamavam o lugar de "morro da Favela" - era uma referência a um morro de mesmo nome que existia em Canudos, recoberto por um arbusto rasteiro também chamado "favela". Com o passar dos anos, a palavra virou sinônimo de uma triste realidade habitacional. Pelas contas do IBGE, mais de 10 milhões de pessoas vivem em favelas, espalhadas em um terço dos municípios brasileiros.

por Roberto Navarro

segunda-feira, 20 de setembro de 2010
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Em 2003, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontava o território-sede dos Quilombos dos Palmares/Alagoas como a unidade da Federação com maior índice de analfabetismo entre a população negra. Segundo dados da matéria, publicada em 14 de novembro, no jornal Gazeta de Alagoas, do jornalista Fernando Coelho:

“Enquanto 23,2% dos brancos alagoanos são analfabetos, entre os negros o percentual é de 50%. Considerando a parcela incluída nos índices de analfabetismo funcional, os números aumentam ainda mais. Em todo o Estado, apenas 1,2% dos negros adultos tiveram 12 anos ou mais de vida escolar, tempo mínimo necessário para ingressar na universidade”.

Em 2010 a pesquisa do IBGE aponta para o crescimento de uma consciência étnica: negros se auto-declaram negros. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) 2010, atualmente o povo negro representa exatos 51,1% da população nacional, assim distribuídos 6,9% das pessoas se auto-declaram pretas e 44,2% de pardos, portanto somamos no aspecto quantitativo, entretanto, ainda representamos uma população abandonada e segregada em qualidade de vida.

Mesmo sendo o berço político de Zumbi dos Palmares, registrado honrosamente como herói nacional no livro de aço dos Heróis Nacionais, exposto no salão principal do Panteão da Pátria Tancredo Neves, em Brasília, o estado político das Alagoas seqüestra com uma miscigenada omissão pacifica o lugar da legitima participação e representação política e social dos descendentes de Palmares.

O estado alagoano adota, com a anuência de tantos e muitos partícipes, o discurso teórico e abstrato do atendimento aos mais pobres, estabelecendo o seqüestro das identidades étnicas, esquivando-se de perceber que a problemática do racismo vai bem mais além do que o conceito estigmatizante de pobreza.

Nas Alagoas de Jorge de Lima, de Palmares, o “pai” da escravizada e analfabeta Nega Fulô faltam letras inteiras no vocabulário de tantos meninos e meninas, quase todos pretos ou pardos, que sem a voz política do conhecimento são capturados pelo trabalho nas roças ou na venda dos corpos mirrados nas beiras das pistas locais: Tio, eu “faço” por um real!

São mortes em vida. Não é Severina?

O estado contemporâneo formado por uma casta de homens eurocentricamente versados na política universalista, adota sem mea-culpa a cartilha do apartheid consentido, e ao fazê-lo desestabiliza identidades e incita a população tutelada a perpetuação da segregação étnica e a aversão aos diferentes.

É o racismo institucional envolto com uma letal carga de burocracia e neutralidade estatal.

É a catástrofe da plataforma política exclusiva: “Se o povo não tem pão que coma brioches”, traduzindo Maria Antonieta, a rainha francesa.

Os fatos gritam, os números da pesquisa do IBGE corroboram, só falta, agora, encontrar legítimos representantes do povo, alfabetizados na cartilha da gestão responsável atrelada a adoção de políticas públicas distributivas e emancipatórias que possam conter e paulatinamente erradicar essa persistente subcidadania das muitas gentes, da negra cor, viventes das Alagoas.

Será que Zumbi, ainda, mora aqui?

Arísia Barros

http://www.cadaminuto.com.br/blog/blog-raizes-da-africa

quinta-feira, 20 de maio de 2010
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Hã?? Cuidosculus phyllancanthus? Euforbiáceas? Que palavras são essas? Acho que esse cara ta me xingando. Mas... imagine se eu vou usar esses termos.
Ainda não entendeu? Nem eu.
Pra que essa sopa de letras para descrever favela?
Favela, pois é. É dela que estou falando.
Ok. Ok. Desculpem-me! Eu não comecei no local certo.
Vamos lá!!!!
Tudo começou quando em uma manhã quente de quarta-feira, ouvi o cidadão exclamar:
- Seu favelado!!!
Eu tinha sete anos de idade, mas esse grito acompanhou o meu subconsciente até que eu resolvi ir atrás do seu significado.
Então ta. Tudo o que eu ouvia dizer era pejorativo demais para ser verdade. Fui mais além.
Caí de cara nos pesados, empoeirados e amarelados livros de história. Mas, meu Deus do céu, era difícil.

Recorri a professores; e consegui, enfim chegar ao que poderia ser o início da caminhada para o fim da dúvida.
Real Gabinete Português de Leitura, bem infincado na Praça Tiradentes.
Tentaram me empurrar goela abaixo essa tal Cuidosculus phyllancanthus.
- Ah, faça-me o favor.
Saí. Atravessei a Passos muito injuriado e ouvi: “teço-teleco-teco” Ei, eu já tinha ouvido esse som, imprensado de palitos. Um legítimo exemplar do malandro carioca batucava em uma caixa de fósforos.
Olhei para ele e me indaguei: esse cara deve ser de qual favela??
Peraí. Favela. Mas por que a associação? Nossa, as coisas começaram a fazer sentido. Resolvi bater um papo com o cara, afinal . Ele já tinha percebido o meu interesse pelo seu som.
- O que me trouxe até seu som foi uma procura para o termo favela.
Conversa vai, conversa vem e expliquei toda a história.
O malandro, ao som do samba, me respondeu:
”Se foi por causa de Canudos, Conselheiro
e companhia que a favela assim surgia,
isso meu avô já dizia.
Mas o que passa batido
É um povo que nos morros, muito unido
Insiste em mostrar o seu valor
E assim tem vivido.
Se árvores ou moradias,
Se vidas ou filosofias
Favela é, quem diria
Sinônimo de alegria”

Assim, nesse cantarolar que pude entender aquela exclamação!
Tá, poderia ser pejorativo o que ouvi. Mas, e daí?

Não preciso mais de definições para o nome favela.
Se favela é uma árvore, que assim seja, pois como o povo da favela, de pé nascemos e com o passar dos tempos, de pé permanecemos.

Autor: Marcos Vinicius (Marvin Sandom)

quarta-feira, 17 de março de 2010
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Há uma frequente indagação sobre como é ser negro em outros lugares, forma de perguntar, também, se isso é diferente de ser negro no Brasil. As peripécias da vida levaram-nos a viver em quatro continentes, Europa, Américas, África e Ásia, seja como quase transeunte, isto é, conferencista, seja como orador, na qualidade de professor e pesquisador. Desse modo, tivemos a experiência de ser negro em diversos países e de constatar algumas das manifestações dos choques culturais correspondentes. Cada uma dessas vivências foi diferente de qualquer outra, e todas elas diversas da própria experiência brasileira. As realidades não são as mesmas. Aqui, o fato de que o trabalho do negro tenha sido, desde os inícios da história econômica, essencial à manutenção do bem-estar das classes dominantes deu-lhe um papel central na gestação e perpetuação de uma ética conservadora e desigualitária. Os interesses cristalizados produziram convicções escravocratas arraigadas e mantêm estereótipos que ultrapassam os limites do simbólico e têm incidência sobre os demais aspectos das relações sociais. Por isso, talvez ironicamente, a ascensão, por menor que seja, dos negros na escala social sempre deu lugar a expressões veladas ou ostensivas de ressentimentos (paradoxalmente contra as vítimas). Ao mesmo tempo, a opinião pública foi, por cinco séculos, treinada para desdenhar e, mesmo, não tolerar manifestações de inconformidade, vistas como um injustificável complexo de inferioridade, já que o Brasil, segundo a doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma forma de discriminação ou preconceito.


Milton Santos

http://www.ige.unicamp.br/~lmelgaco/santos.htm

terça-feira, 16 de março de 2010
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A Rádio das ONGs Angolanas é uma iniciativa da LADS, com o apoio tecnológico do Educasat (Brasil) e visa divulgar os vários projetos das ONGs Angolanas, facilitando a captação dos recursos, bem como a divulgação da cultura angolana. É uma rádio apolítica que visa o Crescimento e Desenvolvimento de Angola.

Atendimento Rádio das ONGs Angolanas: office@ladsangola.com

segunda-feira, 15 de março de 2010
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No dia 13 de janeiro, foi assinado o Acordo de Cooperação Técnica celebrado entre o Ministério da Cultura e a ABRASA (Associação Afro-Brasileira de Dança, Cultura e Arte) com vistas a implementar o Ponto de Cultura Internacional Brasileiro e Afro-Brasileiro na Áustria.

O projeto foi aprovado de forma inédita desde a criação do Programa Cultura Viva, pois o Ponto de Cultura não receberá qualquer incentivo financeiro do MinC., mas sim a chancela, tendo os custos da criação e manutenção realizado pelos parceiros locais. Apesar de não haver aporte de recursos ao projeto, o MinC supervisionará as atividades de execução, avaliando resultados, como qualquer outro Ponto de Cultura.

A Abrasa é uma Associação sem fins lucrativos, que tem como missão a divulgação da cultura afro-brasileira na Europa e a apresentação de diferentes culturas no Brasil. A associação foi fundada em Viena - Áustria, em outubro de 2004 ,com o objetivo de criar um diálogo intercultural e apoiar o processo de integração de pessoas da cultura afro-brasileira que moram na Europa.

A entidade disponibiliza cursos e oficinas nas áreas de dança, teatro, artesanato, folclore e culinária, todos baseados nas tradições afro-brasileiras.

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